As conversas das salas de espera dos médicos são sempre do piorio. Parece uma competição para ver quem está mais doente, quem sofre mais, quem já fez mais operações, quem está mais perto da cova. E numa sala de espera da Caixa toda a gente se sente perto da cova, acho eu. Pessoalmente, resolvo o problema concentrando-me intensamente num livro para as outras concorrentes perceberem que estou fora da parada.
Mas numa maternidade é diferente. Mesmo com grávidas a bufar e a gemer encostadas às paredes, o ambiente é giro. Fica-se na mesma a saber as histórias delas todas, claro, mas até apetece perguntar, "É o primeiro?", "É menino ou menina?". Fica-se com curiosidade de saber a história daquela que está ali sozinha há tanto tempo. Vê-se um clã de ciganos inteirinho (juro, eram alguns dez) correr pelo hospital e entrar para dentro do bloco operatório ao ouvir "Já nasceu!". Ouvem-se grávidas dizer aos maridos "A culpa é tua!".
A minha "sobrinha" vai nascer no mesmo dia do meu blog. Se calhar foi por isso que me lembrei hoje de o fazer. Uma hora pequenina, P.!
quinta-feira, julho 03, 2003
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