Metro da Baixa-Chiado, conforme começo a descer oiço gritaria, primeiro pensei que fosse uma claque de futebol, depois lembrei-me que hoje não há bola. No segundo lance de escadas cruzei-me com eles. Os veteranos vinham pelas escadas rolantes e esperavam pelos caloiros, que vinham pelas outras que não se mexem.
Vestidos com sacos do lixo, pijamas e camisas de dormir, enfeitados com laços e écharpes de papel higiénico, irreconhecíveis debaixo de carradas de tinta encarnada e espuma da barba (digo eu).
Entoavam em coro qualquer coisa que não consegui perceber, mas que tinha muitas terminações em "alho" e "uta". Iam com certeza desfilar pelo Chiado.
É fácil de ver que isto facilita tremendamente a integração na faculdade, o que aliás era evidente pelas expressões angustiadas dos "piquenos" e pela forma como desviavam os olhos das pessoas que se cruzavam com eles.
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