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segunda-feira, junho 01, 2009

Sobre as palmadas à menina russa

Tenho lido comentários ao vídeo onde se vê a mãe dar uns sopapos na filha, no sentido de se estar a fazer uma escandaleira por umas palmaditas quando todos nós já «corrigimos» os nossos filhos dessa maneira.

Não são as palmadas per se que me chocam. Eu também já dei um sopapo na mão ou uma palmada no rabo da minha filha e ela é bem mais pequena. Parece-me apenas que, nestas circunstâncias, seria de esperar mais paciência da parte da mãe, fosse qual fosse a asneira da filha. Aceite-se ou não a decisão do tribunal, defenda-se ou não o regresso da criança ou a entrega à mãe biológica, é preciso ver que, à margem de todas as leis e guerrilhas, a criança foi vítima de uma grande violência súbita, cuja culpa pode ser de toda a gente mas nunca é dela.

De um dia para o outro, viu-se transplantada para o meio de pessoas que nunca viu, numa terra longínqua e estrangeira, com uma mãe que pouco conhece, onde todos falam uma língua que lhe é estranha. Estas coisas podem ser umas culpa dos pais de acolhimento, outras da mãe biológica, não interessa. A verdade é que a menina está certamente em estado de choque, sente-se sozinha e fora do seu ambiente, não compreende provavelmente como nem porquê a sua vida deu uma volta de 180 graus e as suas condições se modificaram de forma tão extrema.

Neste cenário, fosse qual fosse a asneira, peço desculpa, mas a minha opinião é esta: a mãe só tinha era de ter paciência. Tinha a obrigação de tornar a transição o menos dolorosa possível, tinha o dever de não fazer a menina sentir-se malcomportada e mal-educada por ter tido uma educação diferente da que ela lhe daria. Não pode começar a «emendá-la» à palmada dois dias depois de a ter com ela, como se a tivesse criado desde a nascença.

Eu tenho o direito de dar uma palmada na mão da minha filha se ela mexer no forno; a Natalia ainda não tem o direito de dar palmadas à Alexandra por ela fazer uma birra.

1 comentário:

Alentejanitos disse...

A minha opinião é igual à tua, concordo 100%.

O sofrimento que aquela criança tá a passar, podia ser minimizado.