
Aqui, onde no Inverno me ponho junto ao mar em dez minutos, quase chegam até mim no Verão os suspiros de frustração, as imprecações mais ou menos contidas (conforme a presença ou ausência de crianças no carro), as exclamações de indignação, o cheiro a suor, o mau humor e a má disposição das pessoas que se enfiam no carro e enfrentam duas horas de filas para chegar à Costa, e outras duas para de lá sair.
Mas o masoquismo não termina aqui. Depois, some-se às duas horas da viagem mais meia hora para encontrar lugar para estacionar e, a menos que se tenha sorte ou se chegue de madrugada, mais meia hora de caminhada do carro ao areal.
Mas não é tudo. Há que contar também com uma caminhada pela praia até encontrar sítio para montar o estaminé.
Mas depois, finalmente, os veraneantes podem estender-se e torrar sob os raios do sol das duas da tarde, tão salutar. E à vinda, parar na esplanada do bar da praia e dar meio ordenado por uma bebida fresquinha servida quarenta e cinco minutos depois de ser pedida.
Ora aí está um dia bem passado. E ainda me perguntam os amigos de Lisboa, estupefactos, por que razão não vou eu à praia, se estou aqui tão perto.
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