Toda a gente tem uma história com um taxista. Estava a ler o Desejo Casar e lembrei-me de uma que se passou comigo há uns anos. É a história do taxista com personalidade dupla.
Jantarinho da empresa, duas da manhã, mando parar um táxi na Av. da Liberdade. Entro, digo "Boa noite" e ele nada. Digo "Era para a margem sul, se faz favor" e ele mudo. Por um lado fiquei contente. Já não vinha em grandes condições para muitas discussões, mesmo que fossem sobre futebol. O caminho todo até à ponte, nada, nem um pio, sério e carrancudo como se eu lhe tivesse feito mal.
Entramos na ponte, eu quase a dormir, e de repente o homem exclama num tom muito animado, como se viéssemos na conversa há quilómetros e fôssemos os melhores compinchas, e pregando-me um susto de morte: "Então, isto agora com o comboio é que vai ser uma maravilha!". Não voltou a fechar a matraca até me deixar em casa. Uma reviravolta assombrosa.
Bem vistas as coisas, é natural. A margem sul deixa sempre as pessoas muito mais bem dispostas. Mesmo que estejam só de passagem.
terça-feira, outubro 07, 2003
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