Vamos concretizar um sonho! Vota Luís Pingu Monteiro!

terça-feira, setembro 30, 2003

Coitado...

Li não sei onde que, em São Paulo, de dez em dez minutos um homem é atropelado.

Não posso deixar de pensar: coitado, deve estar todo partidinho...

Trovoada

Fez aqui uma trovoada tão grande, e a electricidade no ar era tanta, que me doíam os dentes chumbados e sentia um aperto na cabeça.

Nunca me tinha acontecido. Espectacular!

Inverno!

Sei que as pessoas se dividem em pessoas que gostam mais de Verão e pessoas que gostam mais de Inverno. Eu gosto de Inverno. Não gosto muito de frio, mas gosto de chuva.

Já sei que me vão dizer que isso é porque estou em casa e não tenho de enfrentar os transportes públicos e etc. Mas já o fiz durante dez anos e, embora reconheça que é uma chatice, ainda assim sempre preferi a chuva ao calor.

E depois de um Verão inteiro, os primeiros dias de chuva trazem de volta aquele cheiro a terra molhada e aquela melancolia aconchegante que me faz respirar fundo, e o barulho da chuva é a mais bonita música. Se pudesse, punha-a aqui no blog!

E, só para se roerem um bocadinho, hoje de manhã quando acordei e ouvi chover tanto lá fora, enrosquei-me, virei-me para o outro lado, e dormi mais um bocadinho.

segunda-feira, setembro 29, 2003

Dia Não

Dia Não

Há dias em que não apetece mesmo fazer nada. Amanhã logo se vê.

Coisas que Tomamos como Certas

Uma vez, durante uma falta de luz em casa de uma amiga que só tinha fogão eléctrico, ela queixou-se de não poder aquecer a sopa e eu mandei-a usar o microondas.

Hoje, estou sem água desde as cinco da tarde, e insisto em abrir as torneiras todas da casa.

Só quando não temos água é que nos apercebemos da quantidade de vezes por dia que lavamos as mãos .

E outra vez o tempo

Agora, cada vez que há probabilidades de cair um pé de água ou de a temperatura subir acima dos 30º, lá está a Protecção Civil a avisar. O mau tempo está a chegar, dizem eles.

Não é natural que chegue, já que estamos no Outono, digo eu?

Obsessão com o Tempo

Faz-me confusão as pessoas que não conseguem deixar de ler a previsão meteorológica no jornal da manhã, para saberem como está o tempo.

Se espreitarem pela janela não ficam a saber?

Tchiii...

Uma e um quarto da matina... Isto hoje passou a correr.

domingo, setembro 28, 2003

Apagões

Desculpem lá, isto não é uma grande coincidência? Em menos de três meses, apagões nos Estados Unidos e Canadá, em Inglaterra, na Suécia e Dinamarca, e agora na Itália.

Ou as redes de electricidade deram todas o berro ao mesmo tempo, ou algo de estranho se passa. Eu cá não sou de teorias de conspiração, mas anda aí dedo da malfadada cabala, de certeza...

Com isto resta-me dizer: nós somos pequeninos, mas orgulhosos! Não somos menos que os outros! Para quando o nosso próprio apagão? Para quando a notoriedade que merecemos?

sábado, setembro 27, 2003

Preguiça Mental

Vou jantar a casa da minha irmã, mas a malta é pobre e o dia de S. Receber é só para a semana... O que havemos de fazer que não seja muito caro e não tenha muitas calorias? Pode dar trabalho que a gente gosta de cozinhar.

Venham de lá essas sugestões.

(será a primeira vez que o meu jantar está directamente relacionado com o meu blog, portanto vejam lá, cozinheiros do meu país, esmerem-se!)

Questões Geométricas

O tapete do meu rato já não é um plano horizontal, a bola do meu rato está quadrada, as teclas "e" e "a" do meu teclado estão concâvas.

Ou eu arranjo guita para uns upgrades ou qualquer dia fico feita num oito.

A Crise da Meia-Idade de Hoje

Há anos que ninguém me vê de saias. Minto, o ano passado comprei uma, por baixo do joelho, levei-a a um casamento, depois deixou de me servir, agora serve-me outra vez e experimento-a regularmente, para voltar sempre a despi-la sem nunca sair com ela.

Em miúda, teenager inconssssiente, era ao contrário. Saias, mini-saias, saias ínfimas com meias de rede, muito eighties, claro.

Está bem que as pernas envelhecem com o resto do corpo mas, modéstia à parte, vejo pernas muito menos jeitosas do que as minhas à mostra sem complexos em pedaços de tecido reveladores.

O que mudou, afinal, não foi tanto as minhas pernas, mas eu. Ganhei vergonha, é verdade, por incrível que pareça. Dou comigo a dizer coisas como “a partir de uma certa idade” isto ou aquilo fica bem ou fica mal. Tenho um medo terrível de me tornar numa velha gaiteira, de já não ter idade para as coisas e não me aperceber e continuar a usá-las, e toda a gente se rir de mim e eu não dar por isso.

O ridículo, pois. O tal medo do ridículo. Que só temos a partir de uma certa idade. Lá está.

sexta-feira, setembro 26, 2003

Orgulho

O filho de uma amiga minha tem mãe portuguesa e pai irlandês, e viveu na Irlanda até há poucos meses. Tem sete ou oito anos, nem sei bem. Agora eles vieram para Portugal e o miúdo (bem como a irmã, que tem cinco) entraram para a escola.

Antes, quando falei com ele, dizia-me que não queria ir para a escola, não queria fazer amigos, não queria aprender a falar português.

No fim de semana passado, inchado de orgulho, mostrou-me que já sabia os números em português. Contou até sessenta. E eu ouvi, pacientemente, com um sorriso enternecido, aquele desfilar de dezenas, e bati palmas no fim.

Way to go, Johnny!

Carências

Manifestações de solidariedade, se faz favor... É sexta-feira, estão 25º, e eu já estou em casa porque tenho MESMO de entregar este trabalho para a semana...

Mimem-me!!!

Música

Vi o Lou Reed no Coliseu há alguns anitos, até tenho duas cassetes audio daquelas ranhosas, que gravámos com um daqueles gravadores de gravar as aulas, em que se ouve mais os nossos comentários do que o Lou Reed propriamente dito.

Mas só por causa das coisas, vou deixar o "Take a Walk on the Wild Side" durante mais um diazinho, desculpem lá se já estão fartos.

Praxes (lá vem a polémica, está-se mesmo a ver...)

Tenho visto por aí umas coisas escritas em blogs e na imprensa, e também no metro e na rua, mas estas últimas são pessoas, embora estejam escritas também, mas num sentido mais literal.

Ponho-me nas mãos de todos vós, e submeto-me desde já às críticas e opiniões contrárias.

Sou contra as praxes. Pelo menos, contra as praxes contra quem não quer ser praxado, contra as praxes como obrigação de quem entra na universidade. Contra as praxes como ritual de humilhação. Acho piada, por exemplo, às aulas falsas, e outras coisas do género que, essas sim, visam os caloiros como um todo e pretendem, a brincar, pô-los à vontade numa fase de transição que é sempre complicada. Gosto de praxes que não incidam pessoal e particularmente sobre a pessoa de cada caloiro, mas sim sobre o grupo de novos estudantes como um todo, em que ninguém é obrigado a deixar-se pintar, cagar (desculpem a expressão, mas parece que há sítios onde os esfregam mesmo com merda), despir, ridicularizar e expor de forma humilhante aos olhos de umas dezenas ou centenas de so called veteranos...

Poupem-me a conversa da integração, do dar as boas vindas aos caloiros, do estabelecimento de amizades para a toda a vida. Não é preciso uma pessoa pôr-se de gatas à frente de outra para se fazer uma amizade, acho eu.

Pode haver pessoas que, de facto, sintam as praxes dessa forma e as recebam alegremente. Óptimo para eles. Mas deixem lá os outros em paz. Para muitas pessoas, as praxes e o medo delas levam a que os primeiros dias na universidade sejam encarados com medo e angústia, e não são esses os sentimentos que se devem guardar de uma época de mudança tão marcante.

Já que perguntam, eu baldei-me às aulas na primeira semana de faculdade. Entrei uma semana depois, com um ar falsamente descontraído, procurei as salas como quem sabe perfeitamente para onde vai, e tive a sorte de não repararem em mim. Menos mal. Mesmo assim, preferia ter entrado genuinamente descontraída no primeiro dia sem a sensação de ter de andar a fugir.

Mais tarde, também fui veterana, claro. Também passei tardes no bar a jogar às cartas. Também entrei no espírito académico, até certo ponto. Mas nunca participei nas praxes. Não faças aos outros...

É Tudo Igual

Uma das desvantagens de trabalhar em casa é que as sextas-feiras já não transmitem aquela sensação de expectativa, de antecipação de um fim-de-semana ocioso pela frente, de "sexta-feira nem que chova", por assim dizer.

Ah, então são estes...

É um prazer pôr caras nos nomes!

Oh pessoal do Gato Fedorento, peço muita desculpa, olhem que fazia-os mais velhos, vá-se lá saber porquê. Afinal são novos e jeitosos, e carregadinhos de piada. Já agora, vejam o programa.

Cambada de chupistas...

quinta-feira, setembro 25, 2003

O simpático do Stephen King

Para quem tivesse dúvidas, ponham os olhos nisto: aqui há tempos (largos, uns dois ou três anos), vi no site do Stephen King que se podia mandar um livro para ele autografar. Na altura mandei um mail a perguntar mais pormenores e responderam-me que estava na lista e que depois me avisavam.

Fast forward três anos, ontem chega-me um pacotão a casa com um livro (que eu não mandei) autografado e uma cartinha muito simpática, a pedir muitas desculpas pela demora, e a dizer que, para compensar, me ofereciam o livro (um calhamaço de capa dura, não é cá dessas edições ranhosas que se desfazem passado duas semanas).

Como eu tenho quase todos os livros dele, lá fiquei com o "Black House" repetido, mas também era demais pedir que ele tivesse acertado nos dois ou três que me faltam, não era?

Tédio na TV

Os concorrentes do Big Brother são todos iguais uns aos outros que até enjoa. Não sei o que queria dizer o José Eduardo Moniz com "castings minuciosos" e "o melhor grupo de sempre". São indistinguíveis.

No Ídolos, os que lá estão agora já cantam todos bem, acabou a piada. O júri vai regressar ao relativo anonimato, a paz regressa à SIC.

Já não dá a Família Royle nem a Liga de Cavalheiros na RTP2 e as séries no canal Fox já se repetiram para aí três vezes.

Se não fosse o Jornal da TVI e o Mad TV isto estava uma tristeza (não que o primeiro tenha alguma coisa a ver com o segundo, obviamente, longe de mim...)

Vocês estão com sono, muito sono....


Vocês estão com sono...


(caso haja dúvidas, não há aqui nada que esteja a mexer, é uma ilusão de óptica...)

Fruta Madura

A Gotinha arma-se do seu Borda D'Água e diz-nos (entre outras coisas) que os dióspiros estão maduros este mês.

Isto recordou-me uma ocasião (que pelos vistos faz anos por estas alturas) em que, depois de jantar, me escapuli para debaixo do dióspireiro (?) com a minha irmã, ainda chavalecas, para fumar um cigarrito às escondidas da família. Estava muito escuro, e eu sentei-me em cima de um dióspiro muito maduro que tinha caído da árvore. Uma sensação extremamente desagradável, posso garantir. Uma sensação blooch com uma reacção yuck.

(uma vez também pisei uma barata, descalça - eu, não a barata. Também muito desagradável, mas diferente: uma sensação pfeech com uma reacção iiiiiick.)

quarta-feira, setembro 24, 2003

A Renova agradece...

Os estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa no Monte da Caparica barricaram o Director no seu gabinete com três mil rolos de papel higiénico numa acção (dizem eles) simbólica e (digo eu) mediática q.b.

Comprova-se assim que os estudantes tendem a medidas... como direi... algo anais nas suas manifestações (lembram-se dos outros que mostraram o rabo?).

Fiquei a saber que três mil rolos de papel higiénico custam 464€, mas permanece a dúvida: três mil rolos de papel higiénico Renova de folha dupla perfumada e lilás, ou três mil rolos de papel higiénico do Lidl, daquele cinzento que parece cartolina? Afinal ao que andam os nossos estudantes a limpar o rabo nos dias que correm?? Estas coisas são importantes, rapazes! Esclareçam a Nação!

Diversificar por aí...

Como coisas tão simples podem ter tantas variantes!

Um café, por exemplo. São dois ou três goles numa chávena já de si minúscula (de tal modo que as nossas colherinhas de café nunca as vi tão pequeninas fora de Portugal, na minha vasta experiência internacional, das duas vezes). E, no entanto, um café pode ser curto, cheio, pingado, normal, italiana, abatanado, duplo, e ainda quase cheio ou um bocadinho mais que italiana (tudo coisas que já ouvi).

Da mesma forma, o pão, as torradas: muito torrado, pouco torrado, com pouca manteiga, com muita manteiga, com manteiga magra, sem manteiga, aparado, sem côdea, torrado só de um lado...

Mas a coisa mais estranha que já ouvi foi: "Um pão de leite com queijo e manteiga mas tire-lhe o miolo, se faz favor."

Dúvida Existencial

Se eu for comprar dois maços de tabaco devo pedir "Dois SG Ventis" ou "Dois SG Ventiles"?

terça-feira, setembro 23, 2003

Comentários... mais uma vez

Vou experimentar o sistema de comentários da Haloscan. A Enetation está a dar comigo em doida. Não apago ainda o link porque o pessoal gosta de ler os comentários, não é? Vai ficar por mais uns dias.

Mas queria pedir que usassem a partir de agora o de cima, ok? Eu bem tentei mudar o texto da Enetation para "Comentários antigos", mas parece que a coisa não está a funcionar, what else is new...

Depois digam-me o que acharam e de qual gostam mais.

E agora vou-me embora, que tenho uma festa de anos, e deixo-vos aqui a brincar com isto.

Pensamento do Dia

Se certas pessoas fossem ficheiros de computador, a extensão seria .fdp

Vamos a Votos!

Finalmente uma sondagem de relevância nacional, cujos resultados podem alterar os destinos dos portugueses!

É aqui, no DesBlogueador de Conversa.

Não deixem de manifestar a vossa opinião. O País precisa de vocês!

segunda-feira, setembro 22, 2003

Aritmética Nacional


Aritmética Nacional

Dia Europeu Sem Carros

Teve muita piada, o Dia Europeu Sem Carros. Em Lisboa, parece que fecharam três ruazitas daquelas pequenitas ali para a Praça do Comércio. Uma medida de tomates, com perdão da expressão.

Aqui do lado certo do rio, não sei quantas ruas fecharam, mas devem ter sido muitas porque de manhã a fila para Lisboa estava quatro vezes maior que o normal, portanto isto do "Sem Carros", na realidade, é uma piada, não é?

Eu não andei de carro. Ou melhor, andei para aí cem metros, depois desisti e voltei para casa. É que havia mais carros do que nos outros dias.

Familiaridades

Chego eu ao balcão da charcutaria do supermercado e a rapariga que me atende, depois de eu pedir cem gramas de fiambre, pergunta-me sem pestanejar:

"De qual queres?"

"Ponha-me desse", digo eu, sublinhando o "ponha-me".

Tu para cá, você para lá, chego à caixa e diz-me a empregada:

"Tens direito a um pacote de sumo extra, é uma promoção."

"Aguarde só um segundo enquanto vou buscá-lo", eu, enfâse no "aguarde".

Tu para cá, você para lá, chego a casa e está o carteiro a chegar ao mesmo tempo.

"Hoje tens aqui muita correspondência."

Por acaso, todas estas pessoas tinham pelo menos dez anos a menos do que eu, mas a questão nem é só essa. Então trata-se uma pessoa por tu sem a conhecer de lado nenhum, numa relação profissional que nem sequer é tão antiga que justifique estas familiaridades?

Já me disseram que vou ser uma cota chata e comichosa, mas olhem lá, à vontade não é à vontadinha, pois não???

(curiosamente, na net acho que toda a gente se deve tratar por tu, incongruências que não sei explicar...)

Ainda o Tabaco

O senhor comissário europeu da Saúde, propõe-se em seguida avançar com a legislação que proíbe fumar em restaurantes, bares e cafés. Não se põe a hipótese de criar estabelecimentos para fumadores e não fumadores (o que eu compreendia e aceitava sem qualquer dúvida), pura e simplesmente acaba-se com o tabaco em todos os locais públicos. É claro que os escapes de automóvel e as emissões poluentes dos grandes conglomerados industriais continuam a fazer olhos cegos e ouvidos moucos à legislação, mas isso não faz mal.

Pessoalmente, como fumadora que sou, acredito que esta medida seja positiva porque vou começar a gastar menos dinheiro em bares e a beber menos, o que é bom para a carteira e para a saúde.

Deixar de fumar dava-me jeito, e já pensei nisso várias vezes, mas irrita-me que me queiram obrigar a fazê-lo tornando-me numa pária da sociedade. É este meu espírito de contradição.

(desculpem-me os não fumadores; não quero soprar o meu fumo para a vossa cara, mas estas medidas extremas, além de hipócritas, cheiram-me a fundamentalismo)

Abandonos

Depois do engenheiro, também o nosso mentiroso nos abandonou. Não percebo porquê. A notoriedade estava a alcançar os píncaros. Deve ter sido a cabala, essa ordinária.

Fumar Mata

Já viram os novos maços de tabaco? Deixou praticamente de haver diferenças exteriores entre as marcas. Seja Marlboro ou Português Suave ou o meu SG Ventil, as letras garrafais que nos avisam que fumar mata, e lentamente, e pior ainda, com grande sofrimento, ocupam agora mais de metade dos maços de cada lado. Seguem-se, segundo sei, as fotografias de pulmões cancerosos e de traqueotomias.

Mas, se querem prevenir que as pessoas comecem a fumar (o que me parece lindamente), estes anúncios deviam estar noutro sítio qualquer. Quem compra tabaco é quem já fuma. E quem já fuma não vai deixar de fumar por isso, pois não?

Eu cá, vou comprar uma cigarreira gira. Zippo, para combinar com os meus isqueiros.

domingo, setembro 21, 2003

Escrever

Ontem um amigo perguntou-me se eu nunca tinha pensado em escrever um livro. É que a minha mãe é poeta, podia estar-me no sangue, e além disso diz-se que os críticos literários e os tradutores são escritores frustrados.

Mas eu não tenho criatividade, nunca fui uma pessoa criativa. Tenho um instinto fantástico com computadores e telemóveis e a programar vídeos e coisas do género, mas não sei cantar, nem desenhar, não tenho jeitinho nenhum para fazer nada com as mãos, e não tenho imaginação para escrever. Sou uma boa executante, uma péssima criadora. Cada um é para o que nasce.

Então e o teu blog? Escreves no blog, disse-me ele.

Obrigada pela intenção, mas isto não é bem escrever. Quer dizer, é escrever, mas não é ESCREVER. É só pôr umas palavras à frente das outras. Nunca fui daquelas pessoas que procuraram no blog uma maneira de compartilhar o que escrevem com os outros por gostarem de escrever.

Basicamente, isto já era para ter acabado há que tempos, mas entretanto tornou-se divertido. É como ter um amigo a quem se vai mandando os retalhos da nossa vida em pequenas cartinhas, só que não é só um amigo, são muitos.

É muito estranho isto dos blogs. E como é muito estranho não vou pensar mais nisso.

O Ataque Nocturno de Álvaro de Campos

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo
.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Route 66

O Zé Carlos e o Jorge vão fazer a mítica Route 66 para o ano. Eu estou à espera dos patrocínios ou do Totoloto para ir com eles. Juro pela minha saúde.

Se quiaserem contribuir, mandem um mail que eu mando-vos o NIB e prometo um weblog de viagem.

sábado, setembro 20, 2003

Deviam Inventar

Deviam inventar teclados sem intervalos entre as teclas, e sem espaço de armazenamento de cinza, migalhas e sujidades não identificadas debaixo das mesmas.

Ou se calhar eu devia ter mais cuidado quando fumo e como e trabalho ao mesmo tempo.

Inverno

Por questões de altitude e orientação geográfica, aqui onde me sento ao computador ouve-se o vento. Quando faz pouco vento, como hoje, ouve-se um assobio, quando faz muito vento, ouve-se um tornado.

Além disso, vê-se até muito longe, vê-se muito céu.

E hoje é Inverno aqui. O céu está cinzento e o vento assobia. Já apetece acender a velinha para disfarçar o cheiro dos cigarros, já apetece arrumar as ventoinhas.

Tenho sempre muitas saudades do Inverno nesta altura do ano. Hoje sinto aquela melancolia boa de estar em casa com frio lá fora. Só falta as bátegas de chuva na janela, mas quer-me cá parecer que não vai demorar muito.

Aviso

Aviso desde já que esta semana não vou falar de futebol, quer o meu Benfica ganhe, quer o meu Benfica ganhe.

sexta-feira, setembro 19, 2003

Ídolos

Hoje vou ver os Ídolos da SIC. Já vi uns bocadinhos, e fiquei muito envergonhada (sabem qual é aquela vergonha que a gente sente pela vergonha que os outros estão a passar?).

Eu sei que aquilo é o novo estilo lançado pelo concurso "O Elo Mais Fraco", e que é de propósito para provocar polémica e chamar as audiências, mas o júri é tão mauzinho, ai meu Deus...

Embora certas pessoas precisem realmente que as façam cair na realidade, escusavam de lhes passar rasteiras para caírem em cima da realidade, de lhes esfregar as fuças na realidade, de lhes darem com a realidade na cabeça repetidamente e de ainda lhes espetarem a realidade no baixo ventre.

Mas isto digo eu que sou boazinha...

E-mails Para o Futuro

Neste site, podemos mandar e-mails para nós próprios (ou para outras pessoas), que são guardados e enviados daqui a um ano, ou dois, ou mais.

Mandei um mail para mim própria daqui a quatro anos. É um bocadinho asustador. Onde estarei, em que secretária, em que casa, em que trabalho? Estarei viva?

Enfim, o mais certo é já ter mudado de endereço de email dez vezes e nunca o chegar a receber.

Uma Vez...

Uma vez, no parque de estacionamento de um centro comercial, perdi o carro e tive de deambular pelas catacumbas de comando em punho, enquanto tentava fazer disparar o alarme para o poder localizar pelo som.

quinta-feira, setembro 18, 2003

Dois Instantâneos


Cigarro e Trabalho

Confusão

Conclusão Apressada

Quanto mais cedo me levanto, menos me rende o dia.

Oh Que Pena Tão Grande!

O engenheiro de sistemas fechou o blog, logo agora que aquilo estava a ficar animado...

Pessoalmente, conquistou-me quando disse que não podia apresentar o diploma de curso porque este fora tirado numa universidade da América do Sul que entretanto tinha ardido. Ganha o prémio "Desculpa Mais Esfarrapada da Blogoesfera".

quarta-feira, setembro 17, 2003

Stephen King

Stephen King NÃO escreve só histórias de terror tipo Shining e Carrie. São dele os livros em que se basearam os filmes "Os Condenados de Shawshank" e "A Última Caminhada", por exemplo.

Stephen King ganhou agora a Medalha da Contribuição Notável para a Literatura Americana, despertando o seguinte comentário de Harold Bloom (autor de O Cânone Ocidental que, por acaso, nunca li):

«Ele é um homem que escreve o que se costumava chamar literatura de cordel. Que alguém possa pensar que há na obra de King algum valor literário ou contribuição estética ou sinais de alguma inteligência inventiva, é simplesmente um testemunho de imbecilidade».

O comentário que faz o Eurico de Barros no DN é: "Falou o típico erudito snob."

Pessoalmente, acho que a distinção é muito merecida, e conto os dias para o lançamento do quinto volume da saga "The Dark Tower", infelizmente por publicar em português (senhores das editoras, mandem um mail que eu ofereço-me para fazer as traduções a um preço razoável, só pelo gozo que me daria...)

Sistema Nacional de Saúde

Listas de Espera

Humor por Laerte

Porra!

Não chegava já? Agora grilos?

Hoje Não Há Nada Para Ninguém

Acordei tarde e a más horas, não fui ao ginásio descarregar os maus humores matinais, estou farta de trabalhar, e por isso não escrevo nada. Vim cá só pedir-lhes que vão espreitar este blog, que é todo muito jeitoso, mas onde eu pessoalmente me regalo com os posts "Hoje Acordei...", como este, por exemplo, que é tão bom que até chateia.

E com esta me vou, adeuzinho e até amanhã, ou mais logo se a noite lá fora me trouxer o dia cá dentro.

PS: Desconfio que os meus links para posts específicos não estão a funcionar grande coisa, o post a que me refiro no Vodka Atónito é o "Hoje Acordei... na pele de um personagem de um romance da Margarida Rebelo Pinto", de 14 de Setembro, procurem-no que as coisas boas implicam todas algum trabalho.

terça-feira, setembro 16, 2003

Perdoem-me...

... mas tenho de aqui escarrapachar uma daquelas parvoíces que recebemos por e-mail, e pedir-vos que façam a experiência, pois fiquei espalmada com os resultados.

Fique onde está ( sentado na sua cadeira )

Levante seu pé direito e começe a fazer movimentos
circulares no sentido horário.

Enquanto fica fazendo o movimento com seu pé,
levante a mão direita e tente escrever o numero 6 no ar.

Agora veja em que sentido o seu pé está girando!!


Estão à vontade para me imaginar a fazer figuras tristes de pezinho no ar.

Volta, Sobig!

Confesso que os vírus que por aí andaram me trazem agora saudades. É que todos os dias eu ia à minha caixa de correio e tinha cinquenta e sessenta mensagens por ler, e todas com assuntos interessantes como a informática ("Wicked Screensaver"), cinema ("That Movie") e respostas a candidaturas ("Your Details").

E agora, é o vazio. Três ou quatro por dia, com os assuntos banais: "Enlarge Your Penis", "Cheap Viagra Online", "Refinance Your House".

Regresso às Aulas

Como tia devotada que sou, acompanhei hoje a minha sobrinha de 11 anos à apresentação do primeiro dia de aulas (porque às 10 horas da manhã, oh senhores professores, as pessoas trabalham, ou bem que é às 8 ou bem que é ao meio-dia, às 10 tem de se perder uma manhã inteira! Eu sou uma tia que trabalha em casa, mas a maioria dos miúdos estavam sozinhos, porque será?).

Fiquei com um sorriso para o resto do dia. Sentei-me numa das salas de aula deles, entre vinte e sete miúdos e para aí uma dúzia de pais/avós/tios. Estava tão entusiasmada que, quando a professora perguntou "Então meninos, essas férias foram boas?" ainda me saiu um "Siiiii...." antes de conseguir fechar a boca.

Tive uma vontade louca de me juntar aos cachos de meninas que trocavam fofocas e copiar o horário e preencher a caderneta do aluno que é como uma agenda mas muito mais apetitosa. Não me apetecia nada estar ao lado das pessoas adultas, porque eu ainda sou pequenina, ok????

segunda-feira, setembro 15, 2003

Almost Invisible Mobs

Li no Pano do Pó que, pelos vistos, a primeira flash mob portuguesa foi mais uma almost invisible mob: três pessoas, no less.

Pessoalmente, não sei qual é o espanto. Estou mesmo a ver o tuga a pensar de si para consigo (sim, que não sou eu a única a ter estes diálogos interiores): "Oh pá, podia ir espreitar aquela coisa da flash mob... Deixa lá ver o guia da programação... Às 15h30m na Assembleia da República? Calha bem, é a hora do cafezito."

E assim se cria em Portugal um novo fenómeno: a concentração de espectadores de flash mobs.

Vítor Damas

Sou benfiquista mas acima de tudo gosto de futebol e de bons jogadores. Queria dizer qualquer coisa sobre a morte de Vítor Damas, que me lembro bem de ver jogar, mas depois de ler o que escreveu o Tiago do Desejo Casar neste post não me atrevo a dizer mais nada:

"O guarda redes de Deus

Todas as previsões científicas indicam que o plantea Terra será destruído daqui a uns milhões de anos devido à colisão com um meteorito gigantesco.
Deus (ou com LFB gosta de lhe chamar: "o tal gajo da maiúscula"), decidiu precaver-se e começar desde já os preparativos para a Salvação do Planeta. Para isso, Ele recrutou para as Suas fileiras o único homem capaz de desviar a trajectória do meteorito fatal.

Vítor Damas, o eterno número um do Sporting, deixou-nos esta madrugada, aos 55 anos de idade.

Bom jogo, Vítor. Contamos contigo na última linha da defesa. Como sempre. TR

# posted by tiago : 12:12 PM"

Fnuciona?

Ovui diezr que, seugndo psequsia de uma Uinvesriadde Inlgesa, não imoprta a oedrm das lertas nmua palvara, dedse que a priemira e a úlitma ltera estjeam no síito creto. As restnates pdoem esatr toads trocdaas, que anida asism é possíevl ler sem diifculadde. Itso proque não leoms as lteras tdoas, mas sim a palvara cmoo um tdoo.

O que me diezm? Fnuciona?

domingo, setembro 14, 2003

SMS 9/11

Há dois anos, quando caíram as Torres Gémeas e com elas muitas outras coisas que não eram feitas de betão e vidro, tinha eu saído de casa para beber a bica e, quando olhei para a televisão do café, o primeiro avião já tinha embatido na Torre mas ainda se julgava ser um acidente.

Voltei depressa para casa, liguei a CNN, e assisti em directo e boquiaberta ao embate do segundo avião e à queda da primeira torre.

Só nessa altura percebi que não era um filme e mandei uma SMS a alguns amigos a dizer (lembro-me perfeitamente das palavras): "Liguem a televisão. Há merda no mundo, e da grossa".

E agora as coisas mundanas

Comi meio quilo de perceves do Manel da Estibeira (inserir aqui piscadela de olho ao Al do Serra Mãe), dei uns mergulhitos na praia da Nossa Senhora em maré baixa, nas piscinas no meio das rochas, vi muitos mexilhões e lapas e ouriços do mar mas desta vez não apanhei nenhum.

Passei algumas horas em esplanadas várias, bebi umas valentes cervejolas fresquinhas, comi várias coisas boas mas as melhores foram os cozinhados da minha amiga que me deu guarida (mas continuo a dizer que os legumes estavam uma delícia mas são ACOMPANHAMENTO, não prato principal...).

O meu afilhado está da minha altura e já não consegui ganhar-lhe ao snooker mas ele também ainda não conseguiu ganhar-me.

Pus a conversa toda em dia com os meus amigos, em especial as fofocas com a minha amiga (mais uma vez obrigada pelo cantinho na vossa casa e no vosso tempo para a malta cá de cima!)

Trouxe pão alentejano dos Pereiros e um saco de bogas pescadas e arranjadas pelos meus anfitriões, para comer hoje ao jantar, fritas com arroz de tomate, feito pela minha mãe que nasceu por lá e sabe como é.

Três dias ainda dão para muita coisa!

Horizonte

Dois litros e meio de sangue beirão, dois litros e meio de sangue alentejano. Assim se dividem os meus leucócitos, plaquetas, eritrócitos e plasma. Mas acho que o meu coração bombeia com mais força o meu sangue de sul.

No Alentejo, há horizontes. A perder de vista, a tremeluzir com o calor, amarelos e castanhos e verdes. E o horizonte azul do mar, na minha terra.

Estava Quente...

O tempo, o tempo estava quente, mas mais quente ainda estava o fogo que lavrava (e ainda lavra, tanto quanto sei) cada vez mais perto.

Já ali, na Relva Grande, à parte de trás de S. Teotónio.

quarta-feira, setembro 10, 2003

Férias Repartidas

Pois é verdade, este ano fiz férias repartidas. Estive três dias em S. Martinho do Porto, e agora vou três dias para a Zambujeira. É assim a vida do trabalhador a recibo verde...

Volto domingo, mas entretanto se puder ainda venho cá só deixar um post a explicar-vos como se está bem na esplanada a comer percebes e a beber imperiais.

Tomai conta do blog na minha ausência!

terça-feira, setembro 09, 2003

Caixinhas de Madeira

Quando (ai merda, parece que é de quem escreve mal começar por quando... esperem aí, vou refazer antes que me chegue aí o observatório, que isto dos blogs também se vai aprendendo umas coisas)...

Na primeira metade das minhas longas férias de seis dias (cuja segunda metade está a chegar mas eu depois aviso), guardei o bilhete de comboio (eu já vos disse o quanto gosto de comboios?) e usei-o para marcar o livro que andava a ler (uma coisa levezinha de um rapaz que eu gosto muito, From a Buick 8 do Stephen King), mas com intenção de o guardar na minha caixinha de madeira. Ia atirando o meu cunhado da varanda do apartemã quando ele fez menção de o deitar fora, e ouvi o seguinte: "Ah, pois é, tu guardas essas coisas como as teenagers!".

Pois é. Eu guardo esses bocadinhos todos da minha vida em caixinhas de madeira. Podia-me dar para pior.

TESTE

Estou a ficar farta do sistema de comentários da Enetation. Vejo posts com 4 comentários e depois só lá estão 3. Tenho pessoas a queixarem-se de que eu lhes bani os IPs porque não conseguem deixar comentários. E nos últimos posts não há comentário nenhum, embora isto se deva provavelmente ao facto de ninguém ter nada para dizer...

De qualquer modo, vou pedir a vossa colaboração neste teste. Deixem lá um comentário qualquer neste post, nem que seja só a dizer teste, para eu confirmar de uma vez por todas se isto está ou não a funcionar. Outra coisa que podiam fazer se fossem uns queridos era deixar sugestões de sistemas de comentários alternativos.

Muito obrigada e cá vos espero.

Umbiguismo

O umbiguismo é uma palavra que eu raramente tinha ouvido, sou sincera, antes de andar nisto dos blogs. Mas depois de fazer publish ao post anterior, percebi. Porque raio alguém se há-de importar com a maneira como eu trato os bichos e as malditas iúcas? Resvalei na tentação de publicar uma coisa umbiguistíssima, mas prometo que não volto a prevaricar (mas não juro, que isto depende dos dias).

Uma adenda

Numa adenda ao post anterior e para perceberem bem a besta que vos fala, eu sou aquela pessoa que chama "couves" às plantinhas e trata os animais não pelo nome, mas pelo género, tipo "anda cá, cão" e "deslarga-me, gato".

Embora me veja forçada a admitir que a idade me está a suavizar nestas coisas das sensibilidades. E tenho também de sublinhar que isso nunca fez de mim uma pessoa menos boa. Pelo menos é o que dizem.

Jeitinho para Crianças...

É coisa que eu tenho pouco, enquanto elas não têm pelo menos seis meses de vida. Mas hoje tive de pegar na minha "sobrinha"* ao colo, porque a mãe ausentara-se por alguns minutos e a miniatura chorava. A lindona tem dois mesitos e uns trocos (tanto tempo como o meu blog, se forem ver os primeiros posts) e dizem-me que eles são mais rijos do que parecem, mas oh meus amigos... aquilo é uma coisinha ínfima cheia de articulações! Como é que se pega neles sem deslocar nada?

Pois tenho a dizer que lhe peguei, pela primeira vez, e ela calou-se e até me fez uns sorrisos de parar o trânsito!! E afinal parece que sei onde se enfiam os braços e as pernas e a cabeça para eles ficarem confortáveis. Antigamente, era certo como o destino que qualquer bebé redobrava os berros ao meu colo (geralmente, começam a gostar de mim quando já têm idade para pedir cenas e eu compro). Isto se calhar é o famigerado instinto maternal, de conluio com o não menos famigerado relógio biológico, numa tentativa desesperada de me converter...

Calma, filhos! Ainda tenho uns anitos!!


*Digo "sobrinha" entre aspas porque, embora eu seja uma tia babadíssima, a miniatura é na realidade sobrinha-neta do marido da minha irmã... o que faz de mim tia, na melhor das hipóteses, só com muito boa vontade...

segunda-feira, setembro 08, 2003

Grandes Mistérios - O Amolador de Tesouras

Aqui, para além do galo, existe mais um resquício de outros tempos e de locais menos urbanos e impessoais: o amolador de tesouras.

Esta personagem, identificável à distância pelo característico apito (assobio?) de uma gaita (flauta?) que só é vendida a amoladores de tesouras encartados, pertence, na realidade, à Matrix.

Os amoladores de tesouras são, por assim dizer, avisos do programa metereológico do sistema. Toda a vida ouvi dizer que a flauta do amola-tesouras é sinal de chuva. E tenho vindo a efectuar um estudo cuidado: é mesmo verdade. O homem passa, o homem apita, nesse dia chove. O mais tardar, nessa noite.

E outra coisa não faria sentido. Digam lá, sinceramente, quem é que manda amolar tesouras e facas ou arranjar varetas do chapéu-de-chuva, hoje em dia, com as lojas dos chineses e as lojas dos trezentos e o belo chapéu-de-chuva a 5 euros??? Pelo menos, nunca vi ninguém de roda do senhor.

Já pesei a hipótese, admito, de me chegar ao pé dele com o meu canivete e pedir-lhe que o amole. Mas tenho medo que ele se transforme naquele tipo intratável do Matrix, o Mr. Smith, e que me veja forçada a fugir para Zion, e não me apetece nada viver o resto da vida vestida de farrapos. Gosto muito desta realidade virtual, obrigada.

Reflexão Ociosa

Há pessoas que dizem "Admito que sou racista" e "Reconheço que sou preconceituoso em relação aos homossexuais" como se o facto de o admitirem retirasse gravidade ao facto de o serem.

domingo, setembro 07, 2003

1ª Experiência à Escala Mundial

Um obrigado muito especial às pessoas que estão em Taiwan, no México, na Argentina, na Roménia, em Singapura, no Quénia, no Japão, na Jordânia, na Índia e em Macau por terem pachorra para aceder a este meu blog, mesmo que tenha sido com as palavras de pesquisa "experiência com animais", "Casa Pia" ou "Gurosan".

Afinal, estas pessoas podiam perfeitamente estar a beber margueritas ou a comer tacos, ou sushi, ou caril ou seja lá qual for o prato típico do país onde estão, ou a passear no Taj Mahal, nas Pampas ou nas ruínas da civilização Inca, e em vez disso estão aqui, a conceder alguns minutos às palavras de yours truly.

Voltem sempre, todos os dez!

Piqueno Momento de Poesia

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

(Ricardo Reis, 14-2-1933 )

Esta ode é dedicada aos rapazes da nossa Selecção, embora não me pareça que o Fernando Pessoa estivesse a pensar em futebol quando a escreveu. Seja como for, e como tantas coisas na vida, tem uma aplicação que se estende muito para lá da originalmente pretendida.

Futebol

A Selecção ontem passou mais uma vergonha. De algum modo, perder com os espanhóis custa mais do que perder com o Cazaquistão.

Ao contrário da maioria das pessoas, eu estou animada com esta caminhada rastejante em direcção ao Euro 2004 para o qual não precisamos de nos apurar. É que o Brasil também se viu aflito para chegar ao Mundial e depois foi campeão. Tenho cá para mim que isto é estratégia do Scolari.

Ora vejam, está tudo a acontecer da mesma maneira: derrotas com equipas impensáveis, críticas e mais críticas, até temos o nosso "caso Romário", que em Portugal se chama "caso Vitor Baía".

Não acham que isto só pode ser um bom prenúncio? É que, se não for, não vou querer estar por cá para o ano.

Blog-Tamagochi

Ontem o Blogspot esteve em baixo o dia todo. Não consegui actualizar o meu blog nem ler os blogs favoritos alojados em blogspot.com.

E isso fez-me lembrar aqueles animais de estimação virtuais que estiveram na moda há uns tempos (havia um peixinho vermelho que servia de screensaver, alguém se lembra?). O blog materializou-se numa coisa viva, um animal de estimação que ia morrer porque eu não podia vir dar-lhe comer, ou que ia ficar doente por falta de atenções e de brincadeira.

Hoje, com um suspiro de alívio, vejo que ele ainda cá está e, embora mais magrinho, sobreviveu. Juro que não te volto a abandonar.

sexta-feira, setembro 05, 2003

Isto só pode ser a gozar...

"Advogados contestam rapidez". Não, não me enganei a transcrever, é mesmo contestam e é mesmo rapidez. Os advogados dos arguidos do caso Casa Pia acham que os tribunais foram muito rápidos a dar resposta ao pedido por eles feito de dispensa de juíz. E ainda por cima, vejam bem, para manter o afamado Meritíssimo Rui Teixeira no caso. Que chatice.

Pergunto-me se eles contestariam a rapidez se o Rui Teixeira tivesse sido afastado.

Grrrrrr....

Vinha aqui escrever uma porcaria qualquer, como de costume, mas tinha acabado de pintar as unhas e borrei o verniz todo, e como fiquei irritada agora não escrevo mais nada!!

Cabeleireiras e Dentistas II

Mas tenho de reconhecer que sair do dentista depois de uma limpeza aos dentes, e sair da cabeleireira depois de um corte radical, fazem maravilhas ao sorriso e ao ego...

quinta-feira, setembro 04, 2003

Cabeleireiras e Dentistas

Detesto cabeleireiras e dentistas. Embora, no caso das cabeleireiras, o que eu mais detesto é o tempo que tenho de esperar antes de me sentar na cadeira, e no caso dos dentistas, o que eu mais detesto é ter de me sentar na cadeira depois de ter estado à espera.

quarta-feira, setembro 03, 2003

Não vás ao médico, não...

Há bocado, quando entrei no carro, pensei de mim para comigo (é uma coisa que eu faço muito, não sei se já repararam): "Oh Elsa, cheira tão bem o teu carro, compraste um air freshener?" E logo de seguida respondi a mim própria: "Não sejas parva, alguma vez compraste essas porcarias para o carro à excepção daquele primeiro pinheirinho nos primórdios do primeiro carro, na mesma altura em que ainda o lavaste de 15 em 15 dias durante dois meses?" (os meus diálogos mentais são assim, cheios de flash backs).

O meu carro normalmente é lavado pela chuva, ou no Elefante Azul antes de ir a casamentos ou baptizados. E o único aroma que se sente quando se entra nele vem do cinzeiro a transbordar de beatas.

Depois lembrei-me: era a caixa de Skip que comprei na segunda-feira e não trouxe logo para cima porque já vinha carregada e não fazia mal ficar no porta-bagagens porque não se estragava e não me apeteceu nada voltar a descer três andares.

A propósito disto, lembrei-me (mais um flash back, atenção) daquela vez em que me chegaram a perguntar, meio a sério meio a brincar: "Olha lá, tu tens um gajo morto no porta-bagagens?". Era um queijinho de Niza que se tinha escapado do saco das compras e do qual nunca mais me tinha lembrado. Dessa vez até despejei o cinzeiro, mas só quando fui esvaziar o porta-bagagens para mandar lavar o carro como deve ser é que dei com ele.

Não pensem mal de mim, normalmente o meu carro não cheira mal nem bem, só a tabaco fossilizado.

Pesadelos e Pontes

O PensoEuDeQue tem muito jeito para interpretação onírica (quer dizer de sonhos, seus ignorantes!) e teve a gentileza de interpretar o meu pesadelo recorrente sobre pontes, mas não me deu boas notícias, infelizmente.

De qualquer modo, em homenagem a ele, às pontes e à minha vida, a música para hoje é "Bridge Over Troubled Water", de Simon & Garfunkel.

terça-feira, setembro 02, 2003

Fazer as Coisas com Calma

Tenho uma amiga que deu um novo significado à expressão "fazer as coisas com calma". Demorou três anos para fazer trinta aulas de código. E, como deixou passar o prazo, vai ter de fazer mais trinta. Estima-se que estará com a carta de condução na mão lá para 2010, se passar sempre à primeira.

Não que isso a impeça de ir seja onde for, claro! E, afinal, é isso que importa, não é? Deixa estar, gaija, pensa no dinheiro que andas a poupar em gasolina e oficinas e limpezas e inspecções!

Praga Bíblica

Qual era, das não sei quantas pragas do Egipto, a da peste? Porque eu devo ter enfurecido os poderes celestiais, anda uma praga de emails com vírus na minha caixa! O que terei feito para merecer isto??

Há Blogs e Há Blogs

E neste blog lêem-se coisas muito interessantes.

Palavra!

O Oráculo de Kevin Bacon

Há uma teoria que diz que qualquer actor ou actriz de cinema está ligado a Kevin Bacon pelo chamado "número Bacon". Isto é, quem contracenou directamente com ele, tem um número Bacon de 1. Quem contracenou com alguém que contracenou directamente com ele, tem um número Bacon de 2, e assim sucessivamente.

Quando não tiverem nada que fazer, experimentem. Ponham nomes de actores daqueles que não lembram a ninguém, ou mesmo portugueses. Vão ver que têm um número Bacon menor do que estão à espera.

Agora não me perguntem o que passou pela cabeça da pessoa que se lembrou disto pela primeira vez.

Citação Com Forte Componente Visual

"Sexo aos noventa anos é como tentar jogar bilhar com uma corda"
- George Burns -

Incongruências

De manhã, tenho sono. Acordo mal-disposta, intratável, impossível, pronta a explodir por tudo e por nada. Penso, invariavelmente, "Esta noite tenho de me deitar cedo". À noite, fresca que nem uma alface, com o cérebro a duzentos por cento e o trabalho a escorrer-me dos dedos quase mais rápido que o pensamento, olho para o relógio e penso, invariavelmente, "Só mais uma página e mais um cigarrinho".

segunda-feira, setembro 01, 2003

Dia de São Receber

Há lá coisa mais triste que uma pessoa receber e, passadas duas horas de contas (essencialmente de diminuir), cálculos, distribuição e pagamentos online, chegar à conclusão que daqui a um mês vai dever tanto dinheiro como ontem???

Infelizmente, pelos vistos, parece que a Santa Edviges já não dá vazão:

Santa Edviges, Protectora dos Endividados

(Humor por Laerte)

Afirmação Polémica e Politicamente Incorrecta Deste Blog

Gosto do Big Brother. Sigo o programa com alguma regularidade. Não perco um especial de terça-feira.